Bananas de radiação

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Em minhas buscas pela internet, encontrei uma unidade de exposição às radiações ionizantes chamada BED (Banana equivalent dose). Isso mesmo...banana!!!! Essa excêntrica unidade, segundo o oráculo Wikipedia, é informalmente definida como a dose adicional que a pessoa vai absorver por comer uma banana. É sério!!!!

O conceito é baseado no fato de que as bananas, como maioria do materiais orgânicos, naturalmente contêm uma certa quantidade de radioisótopos , mesmo na ausência de qualquer tipo de poluição ou contaminação artificial. A dose equivalente de banana foi destinada a expressar a gravidade da exposição à radiação, como resultantes de energia nuclear, armas nucleares ou procedimentos médicos, em termos que fazem sentido (ou deveriam fazer) para a maioria das pessoas.

Por conta do 40K, as danadas são radioativas o suficiente para causar falsos alarmes em sensores detetores de material radioativo usados em portos. Mas de quanta dose absorvida de radiação estamos falando?

A unidade de dose de radiação costuma ser Sieverts (Sv), muito provavelmente, seu submúltiplo miliSievert (mSv), que é, por sinal, uma unidade relativamente grande. A ingestão diária de uma banana implica numa dose absorvida de 0,1 microSievert (µSv). Um total de 365 bananas num ano, uma por dia, te dariam uma dose de radiação de 36 µSv.

Trazendo para a prática: um raio-X de aeroporto te expõe a uma dose de 0,05 a 0,1 µSv. Desta forma, uma passagem de verificação no portão de embarque equivale a comer uma banana.

Já um raio-X dentário, do tipo panorâmico, te exporia a algo em torno de 20 µSv. Algo como comer umas 200 bananas ou passar 200 vezes no raio-X do aeroporto. Um raio-X do tórax já seria mais comprometedor, dando-lhe uma dosinha de “meros” 800 µSv, umas 8 mil bananas: seria como comer 22 destas por dia, durante um ano. Nossa, já enjoei! Claro, você nunca conseguirá comer bananas o suficiente para que seja perigoso, já que hora ou outra seu corpo cag... eliminaria o excesso de potássio.

Mas como se a “bananinha” que você enfrenta no portão de embarque de um aeroporto não fosse suficiente (e, realmente, é uma dose ínfima), um vôo intercontinental de umas 12 horas te exporia a cerca de uns 40 µSv, ou 400 destes scanners de raios-X. Isto acontece porque em altitude de vôo, existe uma exposição maior às radiações advindas do espaço a que todos os terráqueos estão diariamente expostos – além da maldita banana!
Na verdade, a cada ano recebemos o equivalente a 3,6 mSv de radiação do espaço, isto no nível do mar; a altitudes mais elevadas, estes valores crescem. Seria como comer quase 100 bananas por dia durante 1 ano, ou fazer 180 raios-X dentários panorâmicos.

Ok, para que vou usar isso? Faça as contas comigo: estima-se que uma dose absorvida de 10 mSv em um ano reduz a expectativa de vida de um ser humano em 51 dias, devido ao aumento do risco de se desenvolver câncer. Isto significa que a ingestão de 1 banana por dia, em um ano, reduzirá sua expectativa de vida em 1/5 de dia, ou 5 horas por cada 365 bananas ingeridas. Consumir 1 banana por dia durante um ano, somado à radiação que você receberá naturalmente do espaço ao decorrer desta voltinha ao redor do Sol, reduzirá sua expectativa de vida em quase 19 dias. #papai smurf, falta muito?
Para finalizar, o consumo de um cigarro aumenta seu risco de desenvolver câncer tanto quanto no caso da absorção de 70 µSv de radiação. Isto são 700 bananas, ou 2 por dia, num ano.
Diante de tantas opções, fica a seu cargo: fumar 1/700 de um cigarro, ou comer uma banana; expor-se aos 3,6 mSv anuais de radiação espacial ou isolar-se num abrigo nuclear à companhia de 51 cigarros, ou talvez 36 mil bananas. #toficandocommedo.com.br

Mas não é só em bananas que encontramos uma certa exposição, olha só esse vídeos mostrando contagens em um tipo específico de sal e em uma tigela de cerâmica. O tal sal é rico em cloreto de potássio, diferente do sal comum que é cloreto de sódio. E por conter uma grande quantidade de potássio, ele também pode apresentar uma leve radioatividade.



Olha só esta antiga tigelinha de cerâmica (Fiestaware) que continha uma camada colorida de óxido de urânio, e que não é mais comercializada por causa da alta radiação que podia apresentar.Já pensou comer nisso aí?





Fontes: 

Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia

sábado, 20 de agosto de 2011
Título: Césio 137 - O Pesadelo de Goiânia
Ano: 1990
Diretor: Roberto Pires
Produção:Brasil

O Pesadelo de Goiânia é um filme escrito e dirigido por Roberto Pires. O Roteiro foi baseado em depoimentos das próprias vítimas do acidente ocorrido em Goiânia em setembro de 1987 com uma cápsula de Césio 137 encontrada por dois catadores de sucata em um centro médico desativado. O filme tem Nelson Xavier e Joana Fomm no elenco.







Download do filme AQUI.

Enquanto isso, na liga da justiça...

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Siemens abre 150 vagas de estágio para SP e AM

quarta-feira, 17 de agosto de 2011
A Siemens está com inscrições abertas para o Programa de Desenvolvimento de Talentos 2012 até o final de setembro. No total são 150 vagas disponíveis para estudantes de engenharia, finanças, controladoria, contabilidade, tecnologia de informação, marketing, recursos humanos, jurídico, entre outras áreas, para São Paulo e Jundiaí (SP), além de duas vagas para Manaus (AM).

Os interessados poderão se cadastrar e obter informações sobre o programa no hotsite www.siemens.com.br/siemensprocura.

Os estudantes de engenharia devem se formar até dezembro de 2012, enquanto os alunos de outros cursos até julho ou dezembro de 2013.

Os candidatos graduados precisam ter inglês intermediário, disponibilidade para estagiar por 132 horas, 106 ou 88 horas por mês, com bolsa-auxílio mensal de R$ 11,00 a hora.

Entre os benefícios oferecidos pela empresa estão assistência médica e odontológica, seguro de vida, restaurante e estacionamento no local, auxílio transporte, ônibus fretado e reembolso para passagem ou pedágio para percurso escola (trajetos acima de 50 km).

Depois de fazer a inscrição no site, os interessados passarão por avaliações online de inglês e raciocínio lógico, dinâmicas em grupo, painéis e entrevistas com gestores.

Os selecionados iniciarão o estágio rotativo em janeiro de 2012 e terão a oportunidade de conhecer diversas áreas da Siemens. Com um ano de duração para estudantes de engenharia e dois anos para os alunos de outras áreas, o programa é voltado à formação, qualificação e desenvolvimento de estagiários, com grandes chances de efetivação.

O Programa de Desenvolvimento de Talentos existe na Siemens há 33 anos e já contou com a participação de mais de 2 mil estagiários. Nos últimos anos, cerca de 80% dos estagiários foram efetivados dentro da organização.


Fonte: G1

Japoneses usam garrafas plásticas para criar novo detetor de radiação

segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Para suprir a crescente demanda por detetores de radiação, um pesquisador japonês elaborou aparelhos feitos de garrafas PET recicladas, e de forma barata. O país sofreu o pior acidente nuclear no mundo em 25 anos após o terremoto e tsunami de março.
Os detetores criados por Hidehito Nakamura, professor assistente da Universidade de Kyoto, no oeste do Japão, em cooperação com a empresa Teijin, cortaram em 90% o custo em relação aos aparelhos existentes, muitos dos quais são produzidos por empresas estrangeiras.
"Queremos ter um produto acabado até o final de setembro, para atender à crescente demanda após o terremoto de março", disse Toru Ishii, executivo de vendas da Teijin.
Nakamura criou o "Scintirex", uma resina de plástico que emite um brilho fluorescente quando exposta à radiação. A resina age como um sensor dentro dos detectores, permitindo medir o nível de radiação.




'Scintirex' é feito com garrafas PET reutilizadas (Foto: Reprodução / Daily Motion)
'Scintirex' é feito com garrafas PET reutilizadas (Foto: Reprodução / Daily Motion)
 

O novo material deve reduzir drasticamente os custos para detetores pessoais de radiação e para aparelhos maiores de monitoramento que serão usados pelo governo e empresas.
O departamento de relações públicas da Teijin estima que os sensores para os detetores estarão disponíveis a partir do mês que vem para organizações governamentais e empresas classificadas como prioritárias, por aproximadamente 10 mil ienes (aproximadamente R$ 210) -- um décimo do custo dos materiais atualmente disponíveis.
O "Scintirex", derivado principalmente da resina de garrafas PET, combina força, flexibilidade e baixo custo da resina amplamente disponível de PET, com a sensibildade à radiação dos "Cintiladores Plásticos", atualmente o principal material sensível à radiação, exportado ao Japão pela empresa francesa Saint-Gobain.
Por enquanto, a empresa francesa domina o mercado de sensores de radiação. No entanto, Ishii disse que a invenção de Nakamura deve competir nesse setor.
Apesar das descobertas de Nakamura terem sido publicadas no periódico científico Europhysics Ltter no final de junho, o desenvolvimento do produto se acelerou por causa da crescente demanda.
O terremoto e tsunami massivos de 11 de março afetaram a usina nuclear Fukushima Daiichi, na costa nordeste do Japão, desencadeando o derretimento das barras de combustível e provocando a pior crise nuclear desde Chernobyl, na Ucrânia, em 1986.

Reportagem retirada do G1.

Gráficos sensacionais

domingo, 14 de agosto de 2011
Sempre digo para meus alunos que se preocupem com os gráficos de seus relatórios. Temos que lembrar que, nestas representações, todos os eixos trazem (ou deveriam trazer) uma informação. Então, aqueles gráficos tipo pizza em 3D ficam lindos... mas qual é a informação que o eixo z traz? Nessa pegada, mostro uma representação relativamente simples, definitivamente elegante e maravilhosamente clara. Este filme faz parte de um projeto da BBC de Londres chamado Joy of Stats e é apresentado, de forma brilhante por Hans Rosling.

A informação trazida não é relacionada a Medicina Nuclear, nem mesmo a Física Médica, mas fica a oportunidade para refletirmos se estamos sendo suficientemente claros em nossas aulas e explanações sem perdermos o formalismo científico de nosso estudo. Porque já dizia Guevara: "Hay que endurecerse, pero sin perder la ternura jamás."

Será?

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Simpósio de Radiofarmácia e Imagem Molecular da PUCRS

quinta-feira, 11 de agosto de 2011
 A utilização da imagem molecular para a realização de diagnósticos e de monitoramento terapêutico tem registrado um aumento significativo no Brasil após 2007, quando houve a flexibilização na produção e comercialização de radiofármacos de meia-vida curta.

O Simpósio de Radiofarmácia e Imagem Molecular da PUCRS tem a intenção de, nesta sua terceira edição, reunir profissionais envolvidos na cadeia produtiva para discutir e compartilhar experiências, assim como pensar juntos sobre os novos rumos da radiofarmácia e da produção de radiofármacos, principalmente nas instituições de pesquisa e serviços do Brasil e da América Latina.

Inscrições:







Até 15/07 Após 15/07
Alunos PUCRS R$ 100,00 R$ 120,00
Ex-alunos, professores PUCRS e estudantes em geral R$ 120,00 R$ 150,00
Profissionais R$ 150,00 R$ 200,00

Maiores informações aqui.

Aplicativos interessantes para Android

quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Há pouco tempo comprei um tablet com o Android e desde então venho me encantando com seus aplicativos. Coloco aqui uma lista daqueles que são úteis no meu trabalho e uns relacionados, mas sem tanta formalidade. Espero que gostem.

Laser Level - Basicamente a câmera do tablet vira um nível. Você pode escolher mostrar uma ou duas linhas de referência e na tela ainda mostra o ângulo que você está virando o tablet em relação a linha mostrada na tela. Funciona direitinho.

Ultimate stopwatch and timer - É um cronômetro bem bacana, fácil de usar.

Radiation calculator - Esse é bem legal! O programa calcula tempo, taxa de dose, atividade de vários radioisótopos já préselecionados e você pode inserir quantos quiser de forma bem fácil e intuitiva.

O melhor de tudo: os aplicativos são grátis.

Qual é seu estilo?

terça-feira, 9 de agosto de 2011
Texto retirado da Folha Online.

'Slow Science' prega pesquisa científica em ritmo desacelerado

 

Um movimento que começou na Alemanha está ganhando, aos poucos, os corredores acadêmicos. A causa é nobre: mais tempo para os cientistas fazerem pesquisa.
Quem encabeça a ideia é a organização "Slow Science", criada por cientistas gabaritados da Alemanha. 

Aderir ao movimento significa não se render à produção desenfreada de artigos em revistas especializadas, que conta muitos pontos nos sistemas de avaliação de produção científica. 
Hoje, quem publica em revistas científicas muito lidas e mencionadas por outros cientistas consegue mais recursos para pesquisa.
Por isso, os cientistas acabam centrando seu trabalho nos resultados (publicações).
"Somos uma guerrilha de neurocientistas que luta para que o modelo midiático de produção científica seja revisto", disse à Folha o neurocientista Jonas Obleser, do Instituto Max Planck, um dos criadores do "Slow Science".
O grupo chegou a criar um manifesto, no final do ano passado, em que proclama: "Somos cientistas, não blogamos, não tuitamos, temos nosso tempo. A ciência lenta sempre existiu ao longo de séculos. Agora, precisa de proteção."
O documento está na porta da geladeira do laboratório do médico brasileiro Rachid Karam, que faz pós-doutorado na Universidade da Califórnia em San Diego.
"O manifesto faz sentido. Temos de verificar os dados antes de tirarmos conclusões precipitadas", analisa. "A 'Slow Science' nos daria tempo para analisar uma hipótese em profundidade e tirar conclusões acertadas."
De acordo com Obleser, o número de cientistas simpatizantes do movimento está crescendo, "especialmente na América Latina".
"Mas não é preciso se filiar formalmente. Basta imprimir o manifesto e montar guarda no seu departamento", diz.
O Slow Science é um braço do já conhecido "Slow Food", que defende uma alimentação mais lenta e saudável, tanto no preparo quanto no consumo dos alimentos.
Na ciência, a ideia é pregar a pesquisa que não se paute só pelo resultado rápido. 

CETICISMO
 
"É improvável que o ritmo de fazer pesquisa seja diminuído por meio de um acordo mundial em que cada cientista assume o compromisso de desacelerar seus trabalhos", diz o especialista em cientometria (medição da produtividade científica) Rogério Meneghini.
Ele é coordenador científico do Projeto SciELO, que reúne publicações da América Latina com acesso livre.
Para Meneghini, o "Slow Science" é um movimento "anêmico" num contexto em que a rapidez do fluxo de ideias e informações acelera as descobertas.
"Parece uma reivindicação de um velho movimento com uma roupagem nova. É certamente a sensação de quem está perdendo as pernas para correr", conclui.

VII CONFIAM - Congresso de Física Aplicada à Medicina

sábado, 6 de agosto de 2011

O CONFIAM é um evento tradicional na área de Física Médica realizado anualmente na Unesp - Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" de Botucatu-SP, que trouxe em suas últimas edições um ambiente favorável à divulgação científica e às novas técnicas/tecnologias para profissionais de diferentes instituições de ensino e pesquisa, jovens pesquisadores e empresas particulares, cujo enfoque seja a inovação e melhoria na aplicação de conhecimentos Físicos aplicados à Medicina.

Data: entre os dias 28 de setembro e 1 de outubro 2011 no Salão nobre da Faculdade de Medicina da Unesp de Botucatu.
Valor: de R$ 65,00 a R$ 95,00

Maiores informações e inscrições aqui.

I Simpósio de Imagem Molecular e Radiofarmácia

quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Este evento objetiva reunir profissionais e responsáveis, de empresas governamentais e privadas, pela implantação destas novas tecnologias no Brasil com o intuito de discutir o futuro da Imagem Molecular, bem como as experiências, os avanços na pesquisa em modelos pré-clínicos e na pesquisa clínica. A ideia é unir nossas possibilidades e iniciar um fórum para desenhar formas de trabalho conjunto. Desta maneira, esperamos otimizar e garantir os passos iniciais das unidades de Ciclotron, PET e Radiofarmácia em implantação e facilitar a incorporação de novas tecnologias em todos os centros.

Local: 
Anfiteatro - HIAE
Av. Albert Einstein, 627 SP


Realização:  07/10/2011 - 07/10/2011

Investimento:
16/06/2011  a  30/09/2011
Estudantes de graduação e residentes
 - R$  140,00
Médicos
 - R$  220,00
Profissionais da Saúde - R$ 170,00

O quanto é muito?

terça-feira, 2 de agosto de 2011
Uma das perguntas que mais ouço é: o quanto é muito de radiação? Só trabalhando com isso, no meu caso, com Medicina Nuclear, é que começamos a ter o feeling do que é BG e o que é um incremento importante de dose ou exposição. Grosso modo, tenta-se resolver essa questão com comparações, muitas vezes, absurdas e conceitualmente erradas do tipo "a  radiação alcançou X vezes o nível normal" ou "está X% acima do comum". Normalmente isso confunde mais do que ajuda.

Encontrei esse infográfico na no blog xkcd (assim em minúsculas mesmo) e, em seguida, vi que foi traduzido pelo pessoal do Gizmodo. A melhor forma para entender este gráfico é lendo da esquerda para direita, de cima para baixo. Mas atenção, há alguns erros e a tabela não tem a menor intenção de seguir qualquer formalismo científico. Apenas é interessante observar como podemos explicar quase tudo de forma descomplicada. Ou, ao menos, podemos tentar....

Clica que ela aumenta!






Você pode ver o post original (em inglês) aqui (com as fontes originais também) e a tradução aqui.



Feito com ♥ por Lariz Santana