Exame usado para ajudar a diagnosticar problemas como obstruções coronarianas e alterações da tireoide, a cintilografia ganhou uma nova aplicação: vem sendo capaz de mostrar, também, se o paciente tem Mal de Parkinson e em que grau. A técnica teve sua utilidade pesquisada por médicos do Instituto de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, e já está sendo empregada no Hospital Pró-Cardíaco, no Rio. A vantagem é que ela torna mais fácil determinar se o paciente tem mesmo Parkinson, uma vez que os tremores, um dos principais sintomas da doença, podem ter diversas outras causas.Com o envelhecimento da população em países como o Brasil, onde a expectativa de vida está aumentando, a incidência da Doença de Parkinson vem aumentando diz Cláudio Tinoco, coordenador do Serviço de Medicina Nuclear do Pró-Cardíaco. Sabe-se que ela decorre da perda acelerada e importante do neurotransmissor dopamina, que até certo ponto é normal, a partir dos 40 anos. Na técnica descrita pelos pesquisadores do Einstein, injeta-se o radiotraçador Trodat-1, capaz de se ligar aos neurônios que produzem dopamina, na veia do paciente que será submetido à cintilografia. Se houver pouca produção de dopamina no cérebro, esta substância aparecerá em pouca quantidade na imagem obtida no exame, o que permite um diagnóstico mais preciso: quando alguém apresenta tremores mas seu nível de dopamina é normal, está excluída a hipótese de ter Doença de Parkinson.A Organização Mundial de Saúde diz que 1% da população sofre do Mal de Parkinson, doença degenerativa do sistema nervoso, e estima que este número vá dobrar até 2040. No Brasil, há cerca de 250 mil casos. Além dos tremores, os principais sintomas são rigidez nos braços e pernas, instabilidade postural (o que eleva o risco de quedas) e bradicinesia (movimentação lenta).No Pró-Cardíaco, a cintilografia é feita num aparelho SPECT/CT, usado também para tomografias computadorizadas o que permite ao médico realizar a fusão das imagens geradas nos dois exames, a fim de obter um panorama mais acurado. No caso do diagnóstico de Parkinson, a equipe do hospital usa, além da cintilografia, a tomografia do crânio para analisar a distribuição dos neurônios produtores de dopamina. Alguns planos de saúde têm coberto a cintilografia pedida com esta finalidade, diz Cláudio Tinoco. Quando isso não acontece, o exame custa R$ 2.105.A equipe do Einstein, agora, estuda como determinar a propensão de uma pessoa a desenvolver a doença, o que poderia levar à criação de estratégias para evitá-la ou, pelo menos, abrandar seus sintomas.
Matéria publicada no jornal O Globo de 22/02/2012.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Sobre o blog
Pesquisar este blog
Arquivo do blog
-
▼
2012
(118)
-
▼
jan.
(11)
- III congresso de proteção contra radiações dos paí...
- Eventos sobre Medicina Nuclear
- Berlinale mostrará filmes sobre o desastre nuclear...
- XXVI Congresso Brasileiro de Biologia, Medicina Nu...
- RSNA está aberta para envio de resumos
- Nova forma de diagnosticar o Mal de Parkinson cheg...
- Como encher um biquini atômico
- Mais aplicativos para Android
- Oportunidades de bolsas oferecidas pela AAPM
- Livre acesso a alguns artigos da Medical Physics
- Começando o ano com pé direito
-
▼
jan.
(11)
Nenhum comentário:
Postar um comentário